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Expansão da Eng Cabos
Empresa de Ribeirão Pires investe R$ 300 mil na reforma Mariana Oliveira Após crescer 100% nos últimos 12 meses, a Eng Cabos, de Ribeirão Pires, ganhou sede própria e pretende organizar a logística e o armazenamento de materiais. Com investimentos de R$ 300 mil, a empresa mudou-se de uma sala de escritório em Mauá, onde ficava a parte administrativa – os equipamentos eram guardados nas casas dos sócios-proprietários –, para um imóvel de 750 m², com escritório e dois galpões de 350 m² cada. Apesar de ter adquirido o local há um ano, a mudança foi realizada no mês passado e a reforma só deve terminar em junho. A Eng Cabos é uma prestadora de serviços na área de instalação e manutenção de cabos de energia de baixa, média e alta tensão.
A empresa foi fundada há três anos por quatro funcionários da Pirelli Energia, que entraram para o mercado quando a multinacional reduziu a atuação com prestação de serviços e decidiu focar as atividades para venda de cabos. “Apesar de a Pirelli ter fechado a parte de instalação, quem compra o produto quer a garantia de que será instalado corretamente. Por isso, abrimos a empresa e fechamos parceria com a Pirelli”, diz o administrador e sócio-proprietário, Alexandre Pereira Barboza.
O administrador trabalhou por 15 anos na Pirelli e se juntou com outros três funcionários que atuavam na multinacional na área de montagem: Antônio Carlos Leme, Nélio Magalhães e Irineu de Assumpção, todos com mais de 25 anos de experiência em instalação de cabos e homologados para atuar com alta tensão. “Começamos a comprar maquinários e equipamentos em leilões, e então a Pirelli começou a nos contratar para diversos serviços”, conta.
Segundo Barboza, a mudança para a nova sede possibilitará maior organização administrativa e mais estrutura de trabalho. “Não é fácil encontrar trabalhadores especializados em cabos de alta tensão e, portanto, vamos treinar os empregados agora que temos espaço”, completa.
Atualmente, a Eng Cabos atende – devido à parceria com a Pirelli Energia – clientes em todo o Brasil, na Argentina e Venezuela. De acordo com Barboza, a empresa tem um único concorrente no Grande ABC – a SV Instalações, de São Bernardo. “Existem poucas empresas no Brasil especializadas em instalação de cabos de energia de alta tensão. Mesmo na América do Sul, os profisisonais são escassos.”
Em instalações de alta tensão, a Eng Cabos presta serviços exclusivamente para a Pirelli. Entre as empresas em que a prestadora de serviços realiza montagens estão companhias de grande porte, como Eletropaulo, General Motors, Votorantim, Petrobras e outros. Apesar da dependência da Pirelli para impulsionar negócios, Barboza não considera o vínculo negativo. “É importante ter parceria com uma empresa líder de mercado, como a Pirelli. Porém, queremos crescer por nós mesmos, não ficar sempre na dependência”, diz.
A Eng Cabos tem atualmente 14 empregados diretos – todos registrados. Há três anos, a quantidade de funcionários era três vezes menor. Segundo Barboza, o crecimento de empresa foi de 80% no ano passado em relação a 2003 e a perspectiva é fechar 2005 com o mesmo crescimento. “O nosso ramo está ligado ao desenvolvimento econômico. Quanto mais as empresas crescem, mais ampliam as instalações e investem em energia”, finaliza.
Projeto Luz para Todos
O Programa Luz Para Todos foi o principal responsável pela expansão de 20% na produção de cabos e condutores de alumínio em todo o Estado de São Paulo no primeiro semestre deste ano, de acordo com o Sindicel (Sindicato da Indústria de Condutores Elétricos, Trefilação e Laminação de Metais Não-Ferrosos do Estado de São Paulo). O produto é utilizado para transmissão e distribuição de energia, e a fabricação para o programa representou 25% da produção no período.
O projeto do governo federal pretende universalizar a energia elétrica e levar luz para 12 milhões de residências no país até 2008. A ação foi iniciada no Piauí em 2004 e foi estendida principalmente para as zonas rurais do país.
O Estado de São Paulo abriga quatro grandes indústrias produtoras de cabos e condutores de alumínio – entre as quais a Pirelli Energia, com sede em Santo André, considerada uma das principais fornecedoras do Luz para Todos. Em razão do programa, a Pirelli previa, em maio passado, ampliação de 275% na produção de cabos e condutores de alumínio nos próximos três anos. Para 2005, a expectativa era crescer 25% em faturamento devido à expansão produtiva.
Apesar do incremento registrado pelo setor, a projeção de crescimento na produção foi reduzida de 48% para 30% neste ano. “Isso acontece porque o governo paralisou o repasse de verbas para as concessionárias de energia, já que as instalações não estavam ocorrendo com a mesma velocidade da compra do material. O resultado disso foi que os cabos ficaram parados nos canteiros de obras. É necessário que as instalações retomem o fôlego para que as empreiteiras voltem a encomendar cabos”, explicou Sérgio Aredes, presidente do Sindicel.
Além de ampliar a produção de cabos e condutores, o Luz Para Todos também elevou o número de empregados nas indústrias que fornecem conectores, painéis, medidores, entre outros itens para transmissão e distribuição de energia, de acordo com a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica). Segundo a entidade, em dezembro de 2004 havia 20.200 trabalhadores no setor, passando, em abril de 2005, para 22.500 – uma elevação de 11,3% em apenas quatro meses.
Porém, entre os fabricantes de cabos o número de postos de trabalho se manteve equivalente ao de 2004. “O setor não contratou porque o aumento da fabricação supriu a ociosidade que tínhamos no setor, tanto de mão-de-obra quanto de capacidade produtiva”, disse Aredes.
Segundo ele, mesmo com o aumento da demanda, ainda sobrará capacidade instalada nas empresas nacionais. “As fábricas do setor têm capacidade para produzir e ofertar até 150 mil toneladas de cabos condutores de alumínio anualmente. A demanda total deve atingir, no máximo, 96 mil toneladas neste ano.”
Apesar dos números positivos na indústria em razão do Luz para Todos, o setor de prestação de serviços ainda não sentiu o reflexo do programa, de acordo com o empresário Alexandre Pereira Barboza, proprietário da Eng Cabos, de Ribeirão Pires, uma das dez empresas do Estado que fazem instalação de cabos de alta tensão, segundo o Sindicel.
“Crescemos 70% neste ano na comparação com 2004, mas o incremento se deve a expansões realizadas em empresas privadas, nada relacionado ao Luz para Todos”, disse Barboza. A empresa presta serviços para a Pirelli Energia e faz instalações em todo país, segundo o empresário.
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